terça-feira, 18 de agosto de 2009

"Pirataria", o que ??

Você com certeza já deve ter ouvido que o Brasil, "perde" aproximadamente 6 bilhões por ano com pirataria, porém esse artigo é escrito para desmentir esse tipo de afirmação .

O primeiro ponto, e o que a "grande imprensa" encobre. é o de que há uma grande diferença no significado de pirataria, explico: quando se fala em pirataria, e que o Brasil perdeu 6 bilhões, te passa logo à idéia de que são esses produtos de mercados populares, tipo dvd, cd ou até roupas, mentira... o que faz o Brasil perder tanto dinheiro são os produtos maquiados normalmente eletronicos, que são trazidos do Paraguai. Então vou abrir um parênteses para explicar toda esse esquema via Paraguai:

" por não possuir leis de trabalho, países como a China, Coréia do Sul, Taiwan etc. vendem produtos eletrônicos (em sua maioria), mas também roupas e bebidas (em uma carga menor) por um preço baixo, fazendo uma concorrência injusta com os outros países que por sua vez impõem altos impostos a esse tipo de produto, e ai é que entra o Paraguai, que muitas vezes quebra acordos internacionais e compram produtos desses países sem taxas aduaneiras, que chegam ao país e muitas vezes são maquiados (modificados) como produtos paraguaios, e depois contrabandiados para outros países, normalmente o Brasil".

Então por que, os DVD's, CD's e outros produtos populares são tão combatidos pela mídia. Há uma explicação simples, para um grande problema, a "grande mídia" é dona das grandes gravadoras, então conseqüentemente com a "pirataria", elas perdem dinheiro, isso é um fato, e claro, elas lutaram de todas as formas possíveis para que seus lucros, que nós sabemos que são bem gordos, mesmo em tempos de crise.

O segundo ponto é o preconceito, normalmente quem vende esses produtos são pessoas de baixa renda, que moram em locais de pouca estrutura, ou melhor dizendo precários, então é claro que a "grande mídia" não vai perder a chance de manter o velho clichê: "favelado, pobre, é bandido, de alguma forma, é bandido" e cria-se essa mentira, até como uma forma também de manter o distanciamento social.

O terceiro ponto vem da manipulação da informação, dizem que a "pirataria" (no conceito pré-estabelecido pela "grande mídia" e já explicado) faz com que o Brasil perca altos volumes em arrecadação, torpe mentira (mais uma) primeiro que apesar de se "perder" dinheiro no primeiro processo de venda dos produtos, isso até é verdade, porém todo o dinheiro arrecadado nas vendas ficam no Brasil, é um comércio interno, não há pagamento a princípio de impostos, porém o dinheiro fica no Brasil, diferente das grandes empresas estrangeiras (Sony, Universal Music, EMI, etc) que vem ao Brasil, vendem, e bem, dvd ou cd, de cantores estrageiros e repassam o lucro para fora do país que acaba ficando com a raspa do tacho, de impostos ínfimos.

E por fim outro fato importante da "pirataria", é que ela faz o papel do estado, como? oferecendo empregos informais, tirando pessoas da marginalidade. Vamos imaginar, se é proibido definitivamente a "pirataria", mais de 1 milhão de pessoas perderiam o emprego, então como ficaria a arrecadação do estado se essas pessoas saírem do PEA (população economicamente ativa) para o PEI (população economicamente inativa), provavelmente será menos dinheiro nos cofres públicos, além claro, do risco de muitos desse desempregados se envolverem com o crime, aumentando a violência no país.

A "pirataria" traz arrecadação sim !! emprego, e um minímo de dignidade a milhões de pessoas, o que deveria ser papel do estado. Estado esse, que tanto suga a já tão mencionada arrecadação de impostos.


"E sem o seu trabalho
Um homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata
Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz". (música, Guerreiro menino, FAGNER).

domingo, 9 de agosto de 2009

Não existe pena de morte ?

É uma discurssão antiga, se o Brasil deve ou não voltar a aplicar a pena de morte para crimes não-militares, vale lembrar que, A última execução determinada pela Justiça Civil brasileira foi a do escravo Francisco, em Pilar, Alagoas, em 28 de abril de 1876.

Porém pouco é questionado, se atualmente já não é praticada uma pena de morte "camuflada" em nosso país (e no mundo em geral), explico: uma das frases mais faladas dentro das fileiras da polícia (principalmente militar e grupos especias, tipo Bope, por exemplo) é: "primeiro atira e depois pergunta". E aí fica o questionamento, não seria essa prática, que não é algo raro, uma espécie de pena de morte. Até porque esse, "atira antes", é normalmente para matar.

Esse tipo de pena, é muito comum (como na maioria dos casos de covardia do Estado) em comunidades pobres, vale lembrar que nossos "defensores da lei" em alguns lugares chegam aos morros, favelas, etc. Com promessas do tipo: "sai da frente, vim buscar sua alma” ou “trabalhador a gente bate na cara, bandido a gente mata com fuzil”. O que mostra que claramente eles criam, julgam e praticam a sua própria lei, e nessa lei, é estabelecida a pena de morte, sem direito a qualquer tipo de defesa.

No entanto, essa atitude não se resume apenas ao Brasil, Até porque o principal exemplo, para minha tese, vem do "primeiro mundo", no caso o Reino Unido, que é, o infelizmente famoso caso do Brasileiro, Jean Charles de Menezes, assassinado covardemente no Metrô de Londres, por polícias que fizeram o julgamento a seu modo, e penalizaram Jean Charles, com à morte, e o pior de tudo, é que todos os envolvidos no crime foram inocentados, o que mostra que a justiça de lá, assim como é no Brasil, apoia esse tipo de crime.


"Em cada morro uma história diferente Que a polícia mata gente inocente E quem era inocente hoje já virou bandido Pra poder comer um pedaço de pão todo fudido". Chico Science.