sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Oi, oi, oi... E a crítica ao desconhecido


E hoje (dia 19) a ótima novela, Avenida Brasil chega ao seu fim. Vai deixar saudades. Não há nada mais divertido que acompanhá-la vendo os comentários no twitter. Porém, claro, “do outro lado”, já começam as críticas dos “cults” (ou algo do tipo) que odeiam novela e bla... bla...bla...

Só deixando claro, é evidente que a pessoa não é obrigada a gostar de novela e nem precisa se justificar por isso, é uma opção, algo justo e que deve ser respeitado. No entanto é exatamente ai que começa o problema, algumas pessoas tem a ânsia de se justificar. E aí já viu, é aquela coisa: “novela é coisa de idiota”, “novela é alienação”, “novela é isso, aquilo”, e por ai vai... O mais interessante é aquele tipo de gente, onde o diálogo seria mais ou menos assim:

- E aí, você assisti Novela?
- Não! Odeio novela!
- Ahh. Ok, então nem vou comentar contigo sobre Avenida Brasil.
- Essa novela é um lixo.

Ué? Se a pessoa odeia, logo, entendo eu, não assiste, então, como ela sabe que a novela Avenida Brasil é um lixo? E aí entra o objetivo do post. Por que há esse preconceito com as novelas? Esse esteriótipo, essa visão tão intransigente. Será que é porque novela é algo de “consumo popular”. Avenida Brasil é uma das melhores produções que já vi nos últimos anos, a trama em si, o jogo de câmeras, utilizando em algumas cenas, técnicas de acompanhamento (acho que é esse o termo) usado, por exemplo, no filme a Bruxa de Blair (excelente!), a forma mais realista das cenas no lixão, e claro, as atuações primorosas de José de Abreu (como Nilo), Adriana Esteves (como Carminha), Murilo Benício, pasmem (como Tufão)*, enfim, é uma novela digna de Terra Nostra, Rei do Gado e Torre de Babel, em minha opinião.

Então o amigo leitor (?) deve pensar. “Ah. Mas, que noveleiro chato”. Não, não sou. E até acho que a maioria das novelas não possuem boa qualidade, de cinco, diria que uma é boa. Porém, sei (ou tento) diferenciar e notar quando algo é bom (e Avenida, é) de algo que não é. E assim como as novelas não são “boas” em sua maioria, filmes (made in Hollywood) também não são, seriados (made in Estados Unidos) também não, muitos não conseguem nem ser originais, creio que você já viu algum seriado de um grupo de pesquisa (ou policiais) que investigam crimes, né?. E mesmo assim não vejo as mesmas críticas a essas produções. E não vale o argumento de que lá, são “superproduções” que gastam milhões. Ué, e desde quando gastar muito que dizer algo? Sendo assim, clássicos do cinema como: “E o Vento Levou”, “O Iluminado”, “Casablanca”, etc. Não podem ser considerados bons, porque não são “superproduções milionárias”.   

Enfim, como falei anteriormente, toda pessoa tem o direito de não gostar de novelas. Mas, é injusto demais criticar algo que não conhece a fundo. E pior! Criticar o gosto alheio, sobre algo que você não vê (nem quer). E ai não é questão de gosto, e sim, de respeito, que, como sabemos é o que de melhor temos em nossa condição de humanos (rá!).

"Aprendi a não tentar convencer ninguém. O trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro." José Saramago



Sobre novela. (os comentários abaixo serão apenas para quem acompanha):

Como já havia falado em outros locais:

Na boa, de novo esse efeito "quem matou Odete Roitman". Já foi assim com Lineu (em celebridade), Norma (em insensato coração) entre outros... Pô, quanta falta de criatividade. tipo, porque não invertem a lógica? explico: ao invés de haver o assassinato e depois revelar matou, revelar anteriormente quem matou e nortear a história em cima da morte, trabalhando as razões (positiva ou negativamente) que levaram o personagem (já revelado) a cometer o crime... seria bem mais interessante, em minha opinião. 


*Sobre Murilo Benício, não sou muito fã do ator, dele, destaco (antes de Avenida Brasil) o filme “O homem do ano”. Mas, nessa novela ele foi muito bem. Deveria fazer o papel de um ex-jogador de futebol bobão, e fez maravilhosamente.

*A novela é ótima, mas, lamento demais o “núcleo Cadinho”, uma pena, era para ser engraçado? Não foi. Ficou pastelão, chato, forçado. Poderiam utilizar a deixa para tratar sobre o tema de um novo conceito de família, mas, não foi, só lamento.

*É claro que é muito chato esse exagero e “venda de peixe” que a Globo faz sobre seu produto, o exagero e o ufanismo já comum, mas, como disse é comum e não é isso que faz a novela ser ruim, temos que saber separar as coisas.

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