quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A banalização da importância do Diploma


Nos últimos anos a principal polêmica que rodeia os centros acadêmicos de jornalismo, era a obrigatoriedade ou não do diploma para exercer a profissão. Eu, apesar de formando no curso, particularmente nunca dei muita importância a isso, sinceramente, creio que a mudança ou não, interfere pouco diretamente na profissão, e como sabemos, o jornalismo da mais relevância a prática, do que a teoria, certo? (...) Mas, aceito toda e qualquer tipo de opinião contrária a cerca desse assunto.

No entanto o objetivo da postagem não é falar sobre a necessidade ou não do diploma, e sim sobre a sua recente banalização. Explico: Existem muitos (bons) jornalistas que não possuem diploma para exercer a profissão, um exemplo, Juca Kfouri (que é sociólogo), porém, existem vários, não tão bons, que possuem o papelzinho. E ai, para “manter a coerência” muitos, defensores do diploma, da meritocracia ou por pura “ignorância”, vêem em quem possuí diploma um “exemplo”, ou seja, não necessariamente interessa o que ele faz, seu conhecimento do assunto, sua capacidade, etc. “Tem diploma? Vale! É um jornalista formado e com conhecimento de causa”, diriam os idiotas da objetividade. Pegando o mesmo exemplo acima, seria assim, o Juca não serve (ele não tem diploma), mas o Oscar Roberto Godoy serve, esse sim, pode falar qualquer absurdo com “conhecimento de causa”, pois, ele tem diploma de jornalismo (sério, ele tem mesmo).

Mas, não é apenas no jornalismo, recentemente o estulto Pastor Silas Malafaia, aquele, que “arrebenta” as pessoas, esteve numa audiência pública na câmara de deputados, audiência essa, que tratava sobre o projeto de lei da “cura gay” (se tiverem curiosos, procurem no google, sobre) como cidadão, é óbvio que ele tem o direito de estar ali. Porém, o curioso é que ele lá estava, como psicólogo, sim, ele é formado em psicologia; e isso, segundo o mesmo, lhe dava o direito de opinar e falar sobre a “cura gay” e “combater” profissionais da área (a grande maioria) que acham esse tipo de procedimento um absurdo.

O detalhe interessante é que o Pastor, não tem exerce a profissão, não tem nenhum tipo de publicação ou artigo na área, enfim, ele “apenas” tem o diploma, que, como sabemos, não é lá algo muito difícil para conseguir, principalmente quando você tem dinheiro, mas, mesmo assim, ele se sente “gabaritado” pois é formado. Ou seja, é dado mais importância ao diploma do que ao conhecimento.


"O diploma não encurta as orelhas de ninguém." Barão de Itararé