segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Mãe, eu sou petista


Antes que você cometa o erro de ser o motivo da minha crítica na postagem já adianto que, assim como os livros de Augusto Cury, o título não corresponde ao que está escrito. Eu não sou petista, nada contra e sem preconceito, tenho até amigos que são.

Eu compreendo de boa a opção “sem partido” das pessoas, do: “eu voto na pessoa e não no partido”, ou até mesmo o “prefiro votar nulo”. Ok. Também entendo a “crise de representação dos partidos” que, para muitos, motivou os protestos ano passado. Até aí, beleza. No entanto, o que vejo pelas minhas andanças pela internet e “no mundo real” (adoro separar a internet do ~mundo real~) é uma certa ojeriza a quem é partidário. Meio que: “Nossa. Sério que você petista? que ridículo!”. E aí caímos em críticas ad hominem e generalizações das mais bizarras. Tipo, se a pessoa é petista logo ela é: “mensaleira”, “burra”, “alienada” e defende uma ditadura comunista no Brasil. Não creio que seja lá muito justo esse tipo de generalização.

Assim como no futebol existem torcedores fanáticos que não conseguem enxergar nada além do seu time, na política, o mesmo ocorre com partidários (de todos os partidos), porém, isso não pode ser tomado como se fosse regra. Por mais que exista a “crise da representação”, os partidos continuam sendo influentes e importantes em nossa (nossa!!!) democracia, sendo assim, o partidarismo nada mais é do que uma opção, que gosto de entender como pessoal, de um modo/maneira de viver a política, mas, isso não impede, até onde sei, a pessoa de raciocinar por si só e saber separar as coisas. O fato de alguém ser petista não significa que ele vá concordar com todos os rumos que o partido tome e que apoiará todos os (vários) erros do PT. Ser partidário não significa, em geral, não ter senso crítico. 

Cito o PT por ser atualmente o partido mais emblemático. Porém, o mesmo vale para os demais. O fato de alguém ser filiado ao PSDB não significa que ele seja um: “tucano entreguista que defende a privatização total do Brasil pelos Estados Unidos”, o fato de alguém ser do PMDB, não significa que ele apoie o Sarney, ou que todos do PSTU desejam uma revolução comunista através das armas. Generalizar e singularizar algo tão complexo (e bota complexo nisso) que são os partidos políticos no país, apenas enfraquece o debate e maior conhecimento sobre esse, diria, meio social. E “idiotizar” qualquer partidário sem ao mínimo lhe dar o direito de expressar sua opinião, como alguém que consiga raciocinar por si só, é... digamos... um pouco anti-democrático (irônico, não?). 

E isso não vale apenas para os "comuns". Outro fator importante nesse meio todo é o partidarismo da imprensa. Dizer que a imparcialidade é uma lenda, para quem estuda comunicação, é quase uma unanimidade, todavia, isso não significa que se determinado grupo de comunicação, ou mesmo pessoa, que assume ser partidário, será automaticamente um “vendido” e qualquer tipo de informação passada por esse meio (ou pessoa) não deverá ser levada em consideração. Existem diversos jornalistas que não são partidários, porém, são extremamente mercenários (olá, tudo bem?), e outros que mesmo assumindo “ser de um lado”, conseguem fazer seu trabalho da forma mais coerente possível. E aí cabe curiosamente a muitos que criticam a “cegueira” de quem é partidário, saber minimamente refletir, sem qualquer tipo de pré-conceito, sobre o que é uma informação coerente (esqueça a imparcialidade) e uma totalmente manipulada (adoro essa palavra, nunca sai de moda).


"A liberdade para os partidos é uma coisa, e essencial; o governo pelos partidos outra, e dispensável". Agostinho Silva.