domingo, 28 de junho de 2015

Por que escrevo? (parte 3 - A ansiedade)


Acho que todo mundo já passou pelo desejo de adiantar o relógio da vida apenas “para saber o que vai acontecer”. Sim, bem ao estilo do filme Click, muito bom inclusive (apesar de que o tema poderia ser melhor aproveitado). Mas, enfim... voltando ao assunto, tudo isso é a ansiedade/curiosidade “trabalhando em nós”, esse (s) sentimento (s) tão humano. Sim, porque particularmente não acho que a “curiosidade matou o gato” não creio que ele, e os animais em geral, sejam curiosos ou tenham ansiedade, eles apenas buscam encontrar “algo melhor”, o que leva a situações diferentes.


Nós não. Normalmente apenas queremos saber o que vai acontecer, dando certo ou não. Mentimos dizendo “é só para ver se tem como dar um jeito”, quando, na verdade, sabemos que mesmo se soubéssemos de forma antecipada, cometeríamos os mesmos erros. E é aí que a ansiedade “nos destrói”, ou nos torna mais humanos, sei lá...

Admito que normalmente sempre negligenciei a ansiedade, lembrava (ou tentava esquecer) os medos, angústias, solidão, alegrias, dúvidas, enfim. Mas a ansiedade, não sei bem o porquê, ficava em segundo plano. Até ser “lembrado” (talvez da pior forma) dessa “figura”. E que chato isso... pois, pior do que a ansiedade, é alimentá-la. É torná-la algo “vivo”, um parasita que vai corroendo seus dias pouco a pouco em troca de um “futuro” incerto, de respostas para perguntas que você nunca quis fazer e de momentos que apenas alimentam mais ansiedade lhe deixando preso em um “eterno” círculo (tenho que fazer um texto só falando sobre esse círculo. Nietzsche, aí vou eu!).

A ansiedade talvez seja a mais cruel capanga do tempo. Ou pior que isso, talvez seja o próprio “mestre” do tempo que prefere viver em um anonimato e deixar seu pupilo mais famoso “brilhar”. Pois o tempo nos entrega o que promete, de uma forma ou de outra, cedo ou tarde. Já ansiedade, não. Ela brinca com o tempo, brinca com nossa mente, emoções, etc. Ela praticamente segue o preceito religioso (dogmático) de “me segue que eu te ofereço o paraíso”. E nós, tolos, nos deixamos levar.

Desculpem (?) eu falo “nós” na esperança de que essa “figura” não seja apenas um fantasma pessoal, que ela realmente seja todo esse monstro (bem) escondido debaixo da cama. Daqueles monstros tão terríveis que não adianta se esconder debaixo do cobertor para fugir.

Voltando... eu gostava quando minha única ansiedade era saber como seria o episódio de Dragon Ball Z no outro dia, ou, nos finais de semana, a ansiedade de ir viajar (para praia, piscina, etc) ou ansiedade da prova. E é curioso pensar assim. Pensar que, quando eu vejo a ansiedade como algo “positivo” acabo alimentando outro monstrinho (ou um grande monstro), a nostalgia. E pensando bem, não tem muito para onde correr, né? Na verdade, se a gente imaginar que algumas religiões se baseiam muito em um tridente (para bem ou para o mal), talvez a “nossa” tenho o seu poderoso trio que “nos guia”. São eles: a nostalgia, o tempo e a ansiedade. O Passado, o presente e o futuro. 

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