quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Eu ainda lembro. Eu ainda estou aqui...


Na falta do que fazer resolvi olhar todas as minhas conversas no Facebook desde que tenho o perfil (2012). Sim, uma por uma (demora menos do que você imagina), indico bastante as pessoas fazerem isso por algum momento. Porém, admito, bate uma tremenda tristeza. Me lembrou muito do que Bauman (ver aqui) fala sobre relações nas redes sociais (relações liquidas).

No começo você passa pelas pessoas com que conversa de forma mais frequente, algumas menos, outras mais. Porém, com bastante frenquência. Essa parte é normal, no máximo você pensa: “Eita, nem respondi fulaninho, vacilo”. Quando vai passando e chegando nas pessoas que não conversa há uns 2...3 meses, tirando os casos de papos pontuais (algo de trabalho, curso etc), já vem aquele pensamento: “Porra, como assim faz 3 meses que não falo com essa pessoa? Por que? Ela era tão frenquente... como chegou a esse ponto e nem percebi”. 

Seguindo e de alguma forma aumentando a tristeza/nostalgia, entre pensamentos como: “oxe, quem é essa pessoa mesmo? Deixa eu ver aqui... Ahhh lembrei!” e...“Sério que eu ainda bati papo com isso?”... você começa a chegar nas pessoas que não fala há mais de um ano, algumas você entende, pois conversou devido aquele curso, aquele show, algo pontual, outras, simplesmente lhe deixam com o sentimento de: “Porra. Eu falava muito com essa pessoa ano passado, eu sei muito sobre ela, como assim não sei mais nada? Como assim ela 'deixou de existir'”... Como disse no começo, é triste. Você simplesmente começa a mergulhar numa
nostalgia e em questionamentos de como tudo passa rápido e termina de forma tão pouco importante. 

Mas, claro, as coisas podem piorar. Regredindo para 2...3 anos atrás, mais uma vez, tirando as conversas pontuais ou alguns “olá” ignorados, você basicamente se depara com um passado que de fato acabou. Olha que tenho boa memória. Mas, demorar a me recordar e pensar “quem é essa pessoa?” de gente que, mesmo que por um mês, estiveram tão fortes e frenquentes na minha vida, é triste, simplesmente porque sei que a recíproca deve ser verdadeira. Entrar na conversa e ver o que foi falado, que a última coisa dita foi algo não muito agradável, um “é melhor assim” ou apenas um emoji ignorado é desalentador. Ou, de uma forma mais dura, ver que aquela pessoa já morreu... 


E sabe o que é pior, além de alguma forma ter que encarar o
tempo. É imaginar que daqui uns 3...4 anos, quando fizer isso de novo, muitas das pessoas que são importantes pra mim hoje, estarão nesse, digamos, limbo. Que muito do que é dito, feito, vivido, no fim, é ignorado e vira apenas uma conversa antiga e cheia de poeira no Facebook.

Enfim, a vontade real é de ir em cada conversa de pessoas que foram importantes e pedir desculpa, de falar: “lembra daquele dia? Então, eu ainda lembro. Eu ainda estou aqui”...



Nenhum comentário:

Postar um comentário

É o verbo...